Em um cenário de competição cada vez mais intensificada, empresas que desejam crescer de maneira escalável precisam tomar decisões baseadas em dados precisos e confiáveis. Nesse contexto, equipes de RevOps, que permeiam departamentos de vendas, marketing e sucesso do cliente, tornam-se essenciais para alinhar todos os esforços em torno da geração de receita. No entanto, para que esse processo funcione de maneira eficiente, a governança de dados é uma prática fundamental e necessária.
Esse conceito se refere ao conjunto de práticas e processos que garantem que os dados dentro de uma organização sejam gerenciados de forma adequada, garantindo a precisão, a segurança e a acessibilidade. Na perspectiva de RevOps, onde dados fluem constantemente e a todo momento entre diferentes equipes e sistemas, uma governança eficaz é a chave para uma operação integrada, otimizada e, sobretudo, confiável.
O que é Governança de Dados? Como isso se dá em RevOps?
Governança de dados, em um contexto geral, é o processo pelo qual as organizações garantem que seus dados são consistentes, corretos e seguros. Em Revenue Operations, o fluxo de dados vem de várias fontes, como plataformas de CRM, ferramentas de automação de marketing, sistemas de gestão de sucesso do cliente e, até mesmo, soluções de ERP. Esses dados são essenciais para gerar relatórios de performance ou indicadores-chave (KPIs) da empresa, previsões de receita (Forecast) e, também, para criar estratégias que otimizem e maximizem o ciclo de vida do cliente.
Sem uma governança de dados estruturada, há um risco elevado de duplicatas, ruídos, dados desatualizados ou incorretos, que, quando somados, podem comprometer decisões estratégicas e impactar negativamente os resultados de geração de receita. Além disso, ao não estabelecer esse processo de governança, cria-se uma cultura de não respeito ao preenchimento que, por fim, gera uma desconfiança da liderança na qualidade dos dados observados. A governança de dados, portanto, estabelece regras claras sobre como os dados devem ser coletados, armazenados, gerenciados e utilizados, garantindo sua integridade e conformidade com regulações de privacidade e segurança, como o GDPR.
A Importância da Governança de Dados para RevOps
A governança de dados em Revenue Operations éfundamental por diversas razões:
- Precisão em Previsões ou Análises: Decisões baseadas em dados incorretos podem resultar em previsões distorcidas e estratégias ineficazes. Com uma governança de dados robusta, as equipes de RevOps têm acesso a dados precisos e atualizados, que garantem previsões realistas e ações corretivas mais cirúrgicas.
- Melhor Alinhamento entre Equipes: RevOps tem como principal objetivo integrar marketing, vendas e CS para trabalhar com o máximo de sinergia possível. A governança de dados garante que todas as equipes tenham uma visão unificada dos clientes, eliminando inconsistências e mal-entendidos causados por dados divergentes ou incorretos.
- Redução de Riscos de Compliance: Empresas que operam em múltiplas regiões ou em vários setores da indústria estão sujeitos a diferentes leis e regulações sobre privacidade e segurança de dados. Uma governança de dados bem estruturada ajuda a evitar multas e penalidades, garantindo que as políticas internas estejam alinhadas com legislações como o GDPR (Regulamento Geral de Proteção de Dados) ou a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados).
4. Escalabilidade e Eficiência Operacional: À medida que as empresas crescem, o volume de dados aumenta exponencialmente, aumentando, também, a complexidade das transmissões e integrações de dados. Um sistema de governança de dados permite a escalabilidade do negócio, garantindo que os dados possam ser gerenciados de forma eficiente, independentemente do tamanho da empresa.
Melhores Práticas em Governança de Dados para RevOps
A implementação de uma boa governança de dados requer uma abordagem estruturada. Abaixo estão algumas melhores práticas que podem ser adotadas por empresas que desejam garantir a qualidade de seus dados.
- Padronização: Um dos primeiros passos é definir claramente os padrões de dados. Isso inclui determinar quais tipos de dados precisam ser coletados, como eles devem ser formatados e onde serão armazenados. Por exemplo, em sistemas CRM, todas as entradas de clientes devem seguir o mesmo padrão de nomenclatura e preenchimento de campos, como “Nome da Oportunidade – Valor do Projeto, dentre outros. Isso evita discrepâncias e facilita o compartilhamento de dados entre departamentos.
- Processos de Qualidade e Limpeza de Dados: Manter dados de alta qualidade é essencial para garantir decisões estratégicas precisas. A limpeza de dados envolve a remoção de duplicatas, a correção de informações incorretas e a eliminação de dados desatualizados. É importante adotar ferramentas e processos automatizados que ajudem a identificar e corrigir inconsistências regularmente, sem sobrecarregar as equipes tático/operacionais. Praticamente, todas as ferramentas de CRM permitem que sejam configurados e-mails lembrete/alerta quando determinada informação é preenchida incorretamente.
- Enablement e Conscientização dos Colaboradores: Governança de dados não é responsabilidade apenas dos times de tecnologia. Ela deve ser compreendida e implementada por todas as equipes que lidam com dados. Treinamentos regulares sobre melhores práticas de coleta, entrada e manipulação de dados garantem que todos os colaboradores estejam alinhados com os padrões estabelecidos. Isso ajuda a evitar erros humanos que podem comprometer a integridade dos dados.
- Monitoramento Contínuo e Auditoria: Não basta implementar padrões e processos uma vez e deixá-los sem supervisão. A governança de dados eficaz requer monitoramento contínuo e auditorias regulares para garantir que as políticas estão sendo seguidas. Ferramentas de monitoramento de dados ajudam a identificar problemas potenciais antes que eles se agravem, como dados ausentes ou discrepantes entre sistemas.
5. Uso de Ferramentas de Integração e Automação: Ferramentas de integração e automação são essenciais para consolidar dados de diferentes plataformas (CRM, sistemas de automação de marketing, etc.) em um só local. Além disso, automatizar processos de transferência de dados entre sistemas reduz a chance de erros manuais e melhora a consistência. O uso de plataformas de integração como Zapier ou Make para sincronizar dados entre diferentes ferramentas também facilita a implementação de práticas de governança.
6. Políticas de Acesso e Segurança: Definir quem tem acesso a quais dados é uma parte vital da governança de dados. Isso ajuda a garantir que informações sensíveis sejam protegidas e que apenas as pessoas autorizadas possam visualizar ou manipular certos dados. O uso de autenticação de múltiplos fatores (2FA) e a aplicação de permissões (com os maiores níveis de granularidade) de acesso são práticas recomendadas para aumentar a segurança dos dados.
7. Gestão de Metadados: A gestão de metadados envolve o acompanhamento de informações contextuais sobre os dados, como a origem, o autor, a data de criação e a última modificação. Isso ajuda a garantir a rastreabilidade dos dados e a identificar rapidamente quaisquer discrepâncias ou erros.
Conclusão
A governança de dados é uma peça-chave para o sucesso de equipes de Revenue Operations. Sem ela, as empresas correm o risco de tomar decisões com base em informações imprecisas, o que pode impactar diretamente a receita e a eficiência operacional. Implementar práticas robustas de governança de dados permite que as equipes de RevOps trabalhem com confiança, sabendo que seus dados são confiáveis e seguros. Além disso, garante a conformidade com regulamentos e leis em vigor, melhora a colaboração entre equipes e facilita a escalabilidade dos processos de receita à medida que a empresa cresce e escala.
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